sábado, 13 de março de 2010

O dia do Casamento

Já noutro continente, se escrevem as derradeiras linhas da longa viagem ao Oriente. Desta feita se apresenta o relato da ida ao casamento de um colega de trabalho.
Tudo começou com uma longa viagem de carro para fora de Bangalore.. em Channaptna, a 80km do hotel.
Ao chegar ao distinto espaço (na Europa é conhecido por "armazém") onde se realizava o 1º de 3 dias de festa, sentámo-nos para apreciar o evento...
Pavilhão multiusos

A simplicidade e o desenho minimalista eram conceitos presentes neste convidativo espaço, na medida em que o WC era reduzido a um buraco no chão. O conceito de caixote de lixo era inexistente, pelo que o Tiago teve de (foi convidado a) colocar o copo que trazia no chão, para simplificar vá.

Seguiu-se a cerimónia de entrega de presentes.. Aqui, eis que surge um momento inesperado, a pedra preciosa da noite: as pessoas estavam a alinhar-se num formato que se assemelhava a uma recta; ordeiramente e em linha, esperavam pela sua vez. Há relatos de quem chame isto "fila" indiana. Eu não lhe chamei nomes: limitei-me a apreciar o inédito da situação.
Descobri quase em cima do acontecimento que não se podia cumprimentar a noiva nem com um aperto de mão (só o noivo). Pergunto-me o que teria acontecido se o tivesse feito...
La famile

Por fim, hora do jantar.. E não é que por baixo do armazém havia uma linda cave... com o verdadeiro aspecto de uma cave? Aqui, na ala esquerda sentavam-se maioritariamente homens.. na ala direita, mulheres.
As mesas eram estreitas, pelo que só se sentavam pessoas de um dos lados. Mas eram compridas, com um toque do estilo artístico conhecido por 'presidiário'.
Imagem sacada da net de uma cantina prisional

As mesas eram cobertas de película aderente. Por cima destas, colocaram uma folha de bananeira e um copo de água. Este, servia para lavagem da folha a realizar pelo interessado.
Foi então que veio o jantar. Até à data, sabíamos da existência de comida vegetariana e não-vegetariana. Aqui viemos a descobrir uma terceira categoria. Um a um, em grandes potes, vieram chegando todo o tipo de papas, de diversas cores, texturas e odores. Os talheres nunca chegaram a aparecer.
Base onde repousava a "comida" (e que no meu caso, lá ficou a repousar)

O momento alto da n.. do jantar... foi o gelado (embalado), seguido da nossa saída do complexo. A limpeza das mesas, foi apenas levantar a película aderente para dentro de grandes sacos de lixo. muito prático realmente. No fim, fomos presenteados com um coco cada um.
O casamento iria continuar por mais 2 dias.. Ainda fomos convidados a ficar... mas a julgar pelo jantar.. receámos a pernoita. E o dia a seguir, era dia de trabalho!
Fomos bem recebidos, como sempre

O regresso realizou-se numa hippie van, lotação sobre-lotada, com pessoal ao colo e tudo. Nota: não estávamos ao colo de ninguém ou vice-versa.
Pois bem, foi das últimas aventuras passadas em solo indiano..  pelo menos as memórias que não foram apagadas... :)
Apesar de tudo, foi uma experiência positiva, pela novidade e pela aventura.

Fotos do dia, aqui.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Voltei!

E pronto, estou de volta ao meu tão amado país (especialmente agora, depois desta experiência).
Após uma viagem que se iniciou pelas 4:50 (hora de Bangalore, que corresponde as 23:20 de cá) e que só acabou pelas 20:30, hora de Portugal, praticamente saltámos de alegria ao pisar solo português.

Como correu a viagem? Bem... Deu para ler, ver filmes e series, ouvir musica, tentar dormir (tentar é mesmo a palavra porque o som de bebés a chorar ao pé de nós, de modo que dificultava essa tarefa). Outra coisa que dificultava a tarefa era o indiano que vinha sentado ao meu lado desde Bangalore (o Luís vinha na janela). O tipo não sabia estar quieto, e volta e meia la levava um encontrão. Isto para não falar que o gajo era espaçoso... cotovelos para o meu lado, pernas a passar para o meu espaço... enfim.
Chegados a Heathrow para a escala para Lisboa, reparámos que o voo de ligação estava um bocado atrasado. O atraso não nos incomodou muito ao inicio, mas foi crescendo de 30 minutos para 50, para 1 hora e tal... e acabou por resultar numa diferença de 2 horas e meia, quando comparada a hora prevista de chegada a Portugal com a hora real...

Mas pronto, ao menos já estou por cá, pronto a aproveitar melhor a realidade que é este país pequeno, cuja população é apenas o dobro da população de Bangalore!

domingo, 21 de fevereiro de 2010

43º Dia - Os bifes contra-atacam

Ultimamente andamos a acordar com algo estranho, umas vezes é com camiões ou geradores a trabalhar nas obras durante a noite, ou uma musica irritante aos altos berros pelas 7 da manhã, ou mesmo um toque de telemóvel monofónico que deve servir de despertador para a vizinhança toda. Mas nestes últimos dias, foi algo mais... digamos que diferente... um gajo que se mete a rezar gritando a sua adorada oração no meio da rua, quem sabe, angariando mais seguidores! Algo que me parece improvável, porque a única coisa que dá vontade é atirar-lhe com fruta podre, baldes de água, ou mesmo o belo do espancamento por me ter acordado a horas impróprias...

No sábado tínhamos um plano muito simples: acordar, preparar o estômago, pegar nas coisas, apanhar um táxi, e por fim regalarmo-nos com mais um belo bife grelhado!
Desta vez, em vez do The only place decidimos experimentar outra sugestão que nos foi dada, desta vez por uma colega nossa indiana: o Millers 46.

Placa do restauranteO restaurante ainda deu alguma luta a encontrar, nem o motorista sabia onde era a coisa. Passado algum tempo, não havia dúvidas, tínhamos chegado ao destino!
Subimos as escadas e entramos num restaurante que, ainda que tivesse avisos que estava em remodelação, se apresentava com uma decoração bastante engraçada, dando ideia de um saloon mas com traços modernos.
SumosDesta vez resolvemos não pedir entradas, para garantir que conseguíamos comer o bife todo sem qualquer esforço. E de qualquer forma, o meu tinha umas sobremesas que até pareciam apelativas! Para além dos bifes, que eram os típicos da casa (com o nome de Chateaubriand 'Big Mama'), resolvemos pedir ainda dois sumos: um de lima, laranja e romã para mim, e outro de lima, laranja e ananás para o Luís. Os sumos eram muito bons, apesar de que para mim não estão ao nível dos que descobrimos recentemente no "Food Court" ao pé do trabalho.
Tentando agradar aos nossos leitores, vou tentar descrever com o melhor detalhe possível como foi a degustação dos bifes. BifeO bife apresentava-se com uma tonalidade invejável. Era um castanho que só se consegue ter num bife aquando grelhado na perfeição. O interior do bife estava ainda algo cor-de-rosa, resultante de não ser um bife bem passado. Contudo, não deixava sair líquido vermelho (sangue), pelo que não se perdia nenhuma propriedade ao cortar esta carne tenra. Por falar em tenra, ao mastigar esta carne macia, sentia-se na boca uma revolução de sabores que envolviam o sabor simples mas maravilhoso da carne, o sabor adquirido por ser uma carne grelhada e ainda um toque suave mas agradável dado pelas ervas aromáticas. Este bife apresentava-se, para o nosso enlevo, sem molhos. Os molhos eram sim opcionalmente servidos a parte, mas, para quê correr o risco de estragar o magnífico sabor da simplicidade?
Juntamente com o bife, o prato tinha algumas batatas fritas, e legumes cozidos.
Devo dizer que não achei tão bom como o bife anterior, talvez como sugerido pelo Luís, por não ser o primeiro que comemos por cá, mas mesmo assim estava brutalmente bom!

Após a refeição, era altura de dar uma volta pelas lojas para tentar fazer alguns negócios. Mas para tal precisávamos de nos deslocar para a zona comercial da cidade. Lá pedimos o sempre presente auto-riquexó, só que assim que dissemos para onde queríamos ir e inquirimos quanto ficaria a viagem, o condutor olhou em frente e, simpaticamente, arrancou sem dizer palavra alguma para tentar a sorte com uns turistas chineses que estavam uns metros a frente, deixando-os sem palavras... Contudo, rapidamente apareceu outro motorista que nos levou para o destino pretendido.
Desta vez com a ajuda de uma colega nossa para as compras, a diferença era notória, ainda que aparentemente as nossas técnicas de negociação sejam boas o suficiente, notámos que contrariamente às experiências anteriores, não insistiam (ou só tentavam uma vez) para nós comprarmos a loja toda. De notar que nem com um nativo, nos conseguimos livrar do vendedor de xadrez, que chegou mesmo a atravessar a estrada connosco na tentativa de vender o avanço tecnológico do tabuleiro de madeira com depósito para as peças "comidas".
Feitas as compras, resolvemos ir até um local que não parece pertencer a esta cidade. O jardim botânico de Lalbagh, um verdadeiro oásis, onde o chão não tem pó, não se vê lixo, e o som da cidade parecia ficar do lado de fora. Ali passámos uma hora, calmamente apreciando a vista e a serenidade do jardim.
Entrada do jardimPor do sol

Fotos do dia disponíveis no álbum do picasa.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Fotos!

... mais fotos do "Golden Triangle" aqui.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Taj Mahal

Prólogo
Estando nós 2 meses neste país tão diferente, seria de esperar uma visitinha a uma das 7 Wonders of the World. Pois bem... tudo começou com a compra de um pacote que incluía:
  • Nova Deli (Deli)
  • Agra (Uttar Pradesh)
  • Jaipur (Rajastão)
Este percurso é conhecido como a excursão Golden Triangle:

Ver mapa maior
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Nova Deli
Ida de avião até Nova Deli. No aeroporto apanhámos um táxi até ao Connaught Place. O smog na cidade era intenso; nevoeiro com cheiro a fumo. Aqui fomos até uma agência de turismo (governamental) onde adquirimos um pacote para a excursão de 3 dias. Com este pacote, contribuímos para a ajuda contra a pobreza na Índia, mais precisamente para a ajuda contra a pobreza na casa do empregado, já que ele simpaticamente "pediu" 4.5% para o seu bolso (para lhe pagar este extra, fomos ao ATM e apanhámos a maior molha da nossa vida; aqui as gotas de chuva parecem de um decilitro cada). A sua simpatia estava efectivamente patente; ofereceu-nos chá e tudo. As chávenas pareciam ser uma homenagem à monarquia dado que não eram lavadas desde então (e.g. tinham o seu pegador munido de sarro negro). Quando pedi um lenço para limpar os óculos, o outro empregado chamou alguém que pegou numa folha A4 e não, não ma deu logo assim à toa: primeiro teve o cuidado de a cortar ao meio.
Após a agênca, uma visita à Pizza Hut do sítio, para o repasto. Comemos uns deliciosos pães de alho e uma pizza de pepperoni... Como perdemos algum tempo na procura da Pizza Hut, tinhamos de nos despachar para ver alguns monumentos de Nova Deli, já que aqui anoitece às 18h. Assim, visitámos:


Nesta cidade, encontrámos outro tipo de riquexó: este puxado a pedais. À noite fomos para um hotel (ainda em Nova Deli) que poderia descrever numa palavra (espelunca) mas prefiro descrever em várias: a água para o banho era quase fria, o quarto nem era mau de todo, mas os lençóis pareciam barrados em sebo, já que aparentavam colar ao corpo aquando qualquer movimento, como que num casulo. À noite, ao pedir o jantar, os empregados mal sabiam inglês (exemplo: a resposta a qualquer pergunta nossa relativa ao butter chicken era, passo a citar: butter chicken). Ao jantar, a toalha de mesa parecia .... see for yourself.

Agra

Acordar as 5.30 para apanhar o novo condutor e ir até Agra. Auto-estrada fora, o nevoeiro era tão intenso que não se via um palmo em frente (viam-se dois). Encontrou-se riquexós brutalmente cheios de pessoas, um indiano a tentar vender fotos com um macaco (e o macaco a saltar para a nossa janela), quase todos os camiões a dizer "blow horn" (acho que isto dá para muitas piadas), entre muitos outros insólitos.  Em Agra, visitámos:
  • Taj Mahal
  • Forte de Agra
  • Fábrica de manufactura de mesas para café (entre outros) de mármore branco com pedras semi-preciosas (à imagem do Taj Mahal)
No Taj Mahal, fomos com um guia que parecia perceber da coisa.. Disse imensas curiosidades históricas. De forma engraçada, dizia também que os ingleses vieram para explorar a Índia..os portugueses vieram só para business. Bom.. uma tarefa difícil: descrever o Taj Mahal. Realmente tem argumentos para ser uma das 7 maravilhas do mundo. O mármore branco tem propriedades reflectoras, pelo que parece ter luz própria à noite ou em nevoeiro. Os desenhos de rosas e as escrituras do Corão a toda à volta não são pintados: são pedras preciosas cravadas no mármore. Milhares. Existe uma simetria entre cada uma das 4 faces do palácio. Cada uma das faces é verticalmente simétrica entre si. Existem peças únicas de mármore enormes e altamente esculpidas. Enfim.. muitas outras coisas que lhe conferem uma grandeza indescritível.


Jaipur

Em Jaipur, tudo começou no hotel: o desta noite era um pouco melhor. Já tinha uma aparência agradável.
Apesar de tudo, os colchões eram tão duros que mais valia dormir no chão. O jantar foi realmente muito fraco e realmente muito caro. De manhã fomos tomar o pequeno-almoço, acompanhado de uma banda sonora nativa (com dança e tudo - em troca de gorjeta):

banda sonora


De seguida, demos início ao percurso. Além de passearmos pela cidade cor de rosa, visitámos:
O guia era muito fraco. E era muito chato. Nada a ver com o de Agra. Para acabar o dia (e a excursão) demos uma volta de elefante (para a próxima damos de dromedário). Digamos que apesar dos movimentos, este transporte foi mais confortável que certos autocarros por nós já experimentados.



Epílogo


Apesar de toda a variedade, algo se pode constatar em comum: o Tata Indica é o carro que literalmente move a Índia. Mais de metade dos carros parecem ser este modelo.. Este é o taxi mais comum, e foi também o carro da nossa excursão.
Todos os guias nos pediam gorjeta, assim como o próprio condutor do Tata (que alegou que na Índia se dava 10% de gorjeta, mas que arranjámos forma de não lhe dar, após uma série de eventos). As entradas para os monumentos são muitas vezes 20 ou 100 vezes mais que as entradas para um indiano. O vendedor levou os seus 4.5% de comissão. Em cada dia da excursão éramos levados a locais de venda (provavelmente acordados com a agência). No hotel em Jaipur, começou a dar uma música na TV muito oportuna (ouvir pelo menos até ao refrão!!). Conclusãoos estrangeiros são explorados até ao tutano.
Parece que na religião Hindu, ao se adorar um determinado Deus, se fica em jejum durante um dia da semana. Ah, após contacto com tanto hinduismo, já sabemos que o Ganexa é filho da Parvati e do Shiva :).

Aqui estão as fotos destes dias:
Uma das coisas mais difíceis de encontrar na Índia são padrões. Aqui tudo é diferente de tudo, em todo o lado. A adjectivo 'estranho' não tem qualquer valor e sentido aqui, tendo em conta tanta variedade. É difícil descrever para quem não está cá toda esta miscelânea. Muito daquilo que tomamos como certo, aqui não faz sentido ou não se ouviu falar. Tudo passa a ser relativo. Este ditado não o poderia explicar melhor:
«Whatever true thing you can say about India, the opposite is also true».


De facto, é quando pomos de lado aquilo que tomamos como certo, que a aventura pode começar...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

29º Dia - Fomeeeee

O dia começou como tantos outros, nada parecia ser diferente... os pássaros berravam na rua muito antes da hora de despertar, o serviço de quartos colocava o pequeno-almoço na sala tão delicadamente como um canguru a andar em cima de tambores... Tudo como habitual!

Mas foi então que me lembrei que hoje era um dia especial, de repente as nuvens desapareceram e vi na estrada um caminho iluminado que levava para o centro da cidade... era o dia do BIFE.

Chegada a hora do almoço lá fomos nós a caminho do único lugar (The Only Place). A viagem pareceu-me a mim algo próxima da duração da viagem até este país acolhedor. Entrámos no restaurante e fomos invadidos por um aroma divino, algo que nem consigo encontrar palavras para descrever! Tínhamos encontrado comida! Sentámo-nos (com um sorriso de orelha a orelha), fizemos o pedido, e aguardámos impacientemente pelo manjar digno de um Rei... enquanto, pelo menos eu, salivava como um leão na savana quando avista a sua presa. Neste caso a presa seria um belo bife de vaca!

Pão de alho com queijoEis que chegou a primeira parte do nosso pedido, pão de alho com queijo derretido, estava uma coisa sem sabor, uma coisa simples, algo que agradava... pronto, magnifico! Aquelas entradas pareciam indicar que o que se seguia não ia desiludir!
Chegaram os pratos e pelo menos de aspecto mereciam ser erguidos aos céus e idolatrados como a salvação (ou seria apenas aos meus olhos? hummmm). A primeira garfada foi seguida de um sabor que não esperava encontrar por estas terras. Isto sim era comida, isto era tudo pelo que havíamos esperado neste mês que passou...

O belo do BIFE!

Acabado o almoço, e de pratos limpos, resolvemos ir para o museu industrial e tecnológico que tanto nos falaram. Tinham-nos avisado que eram precisas umas 5 horas para o ver, e nós tínhamos apenas 4 horas para o ver, ia ser apertado. Apanhámos o sempre de confiança auto-riquexó e lá fomos nós. A entrada do museu não desanimou, um jacto de guerra (não sei o modelo) enfeitava a entrada do jardim. Avião de guerraInfelizmente, o interior não era tão animador. Mas calma ai! Um filme em 3D sobre tartarugas? Devia ser brutal! Ou então não... uma historia de amor de duas tartarugas feitas a computador, com um filme que tinha paragens e falta de imagens por segundo (frames), resultaram numa experiência que... não quero voltar a repetir. Aparentemente para eles foi bom, porque resultou em gritos histéricos dos mais novos e reacções positivas dos mais velhos! Afinal é coisa para se ver em 3 horas (ou menos)!
Cá fora enquanto esperávamos pelo táxi, ainda fomos abordados várias vezes pelos (mesmos) homens dos auto-riquexós a tentarem dar-nos boleia para o hotel (mais de 20 quilómetros naquela máquina da morte? não obrigado!).

E pronto, resumindo o dia de hoje... BIFE :D

As fotos do dia de hoje já estão nos web álbuns do picasa.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Visita a Mysore e uma perseguição sem tréguas

Update: visita virtual ao palácio de Mysore

Mais uma excursão... mais uma viagem, uma nova exploração...


Ver mapa maior (Ponto K - hotel)

Tudo começou o relógio ainda não tinha tocado 6 vezes.
Mais uma falha de comunicação deu ao início ao dia: o condutor do táxi dirigia-se para o destino da excursão (Mysore) e não para o ponto de partida da excursão! Ainda bem que falámos a tempo... meia volta até ao outro lado da cidade (segredo: o mínimo de palavras para se dizer o que se quer).
A primeira impressão foi positiva.. o autocarro era de luxo... dentro dos parâmetros locais claro.. era realmente moderno.. tinha amortecedores vá..
A viagem começa... o A/C mandava aquela brisa gélida... estávamos no pólo norte... até que os reconfortantes raios de sol aparecem. Após alguns quilómetros de boa estrada percorridos.. quando nos preparávamos para adormecer... eis a banda sonora que nos foi presenteada, cujo excerto proponho ser escutado como música de fundo deste post:

download


A primeira paragem de relevo foi....religiosa.. adivinhem lá.... sim.. mais um templo hindu: o Sri Ranganatha Swamy.

À entrada deste templo, estava uma série de vendedores que mal apanham as suas presas.. se lançam e atacam em grupo. Assim,  andaram atrás da gente a tentar vender diversos artefactos entre os quais leques e elefantes talhados à mão, 5 minutos de pura perseguição.. como direi.. chata vá... Realmente, os locais estão mesmo interessados em que conheçamos a sua cultura. Aplicámos o plano de fuga até ao autocarro, ao que um deles, o mais persistente do grupo, nos escoltou até à entrada do mesmo, sempre a falar no dialecto local, em modo imploração. Sentamo-nos. Respiramos. Suspiramos de alívio no fundo do bus; é então que o Tiago olha pela janela do seu lado esquerdo.. lá estava ele.. a perpretar o seu ataque .. afincando as suas presas.. mas agora de outro ângulo... em linguagem gestual...agora em desvantagem... "aaaaaaaaaaaaaaaa".

Passámos por mais uns lugares... e fomos almoçar a um hotel onde recorremos aos toalhetes com álcool: após limpeza dos devidos talheres e prato... eis que o toalhete não engana... estes ganharam uma coloração amarela...

Partimos então para a próxima paragem.. que pensámos ser o palácio. Afinal não era. Ainda nos levaram a um Emporium... uma espécie de loja mas para estrangeiros.. (já agora.. muitas entradas têm preço especial para estrangeiro: às vezes 100 vezes o preço para indiano). Conhecendo bem o modelo de venda local, optámos ficar pelo autocarro.

Duas últimas paragens: Palácio de Mysore e Jardins Iluminados Brindavan. O palácio realmente valeu a viagem.. era enorme.. bem conservado.. interessante.. diversificado.. arquitecturalmente fascinante.. mas muito populado mesmo. Este é o palácio principal do marajá: o palácio de Bangalore é a residência de verão. Os jardins do palácio também não estavam nada mal.. Encontrarão estas e todas as outras fotografias aqui (obra do Tiago.. que após tanto sucesso nas fotos, foi interceptado por um rapaz que o congratulou pela sua imaginação e qualidade das fotografias tiradas - sim porque é muito comum aqui ficarem a olhar para as fotos / quererem aparecer nas fotos.. como poderão constatar).
Do interior do palácio não há fotos, pois eram proíbidas (a multa era 500INR...). Quando aos jardims iluminados, as impressões também foram positivas: um espaço largo e diverso, com muita luz, cor, repuxos e alguma arte. Os repuxos de água são alimentados pela própria barragem vizinha: a Krishna Raja Sagar. O jardim luminoso era ao mesmo tempo jardim do Hotel Royal Orchid. Nos labirintos deste jardim também se deram várias impiedosas perseguições, desta feita por vendedores de postais ("photo photo?" x 50).

Apesar do autocarro ser aceitável... o passar nas lombas era altamente doloroso.. visto que que estávamos sentados mesmo ao fundo... e o condutor acelerava logo após o passar das rodas dianteiras.. era como levar um soco no estômago por cada lomba... lembro-me de me agarrar ao banco da frente, suster a respiração e aguentar o almoço no mesmo lugar.. Após 5385 vendedores de postais e 32715 murros no estômago, o fim da viagem estava perto.. Estávamos K.O.

Ah é verdade..o tema mais badalado do blog.. andamos há semanas (parecem anos) a salivar por um restaurante onde consta haver bifes com batatas fritas.... Os rumores apontam para um local de nome: The Only Place. O nome não podia ser mais sugestivo. Está agendado para breve.. será um dia muito especial, pelo que haverá o antes e o depois, um verdadeiro feriado no calendário das nossas vidas..
Bife que esperamos vir a degustar no Sábado  


sábado, 30 de janeiro de 2010

22º Dia - The day before tomorow

Agora que o enviado especial Moitinho voltou para Portugal, voltou a ser da nossa responsabilidade manter este blog activo, por isso aqui vai!

Hoje, sábado, decidimos ficar pelo apartamento a descansar como preparação para o dia de amanhã. O plano era simples: acordar tarde, ir comprar mantimentos, descansar, não fazer nenhum, com pausas pelo meio para descansar. Claro que para variar não podia ficar por ai.
O acordar tarde até correu bem, o pequeno almoço foi por volta das 10:30. E foi seguido de uma pausa para recuperar energias... afinal de contas, mastigar cansa muito...
Rapidamente se aproximou a hora de almoço, e comeu-se um prato de arroz com galinha e camarões e uma perna de frango frita com alhos. Após mais uma tarefa extenuante, decidimos descansar uns minutos para ter energia para ir as compras!
Saímos do apartamento, atravessámos as ruas poeirentas e chegámos à zona comercial aqui dos subúrbios. Como temos vontade de testar o ginásio lá do trabalho, mas o Luís não tinha calções para o efeito, decidiu-se iniciar uma procura por esta peça de vestuário rara. Após vermos calções de avozinho e à dread, lá se encontrou uns menos maus que ele prontamente comprou. Fizemos o resto das compras e voltámos para o apartamento de luxo (pelo menos quando comparado com o que o rodeia).

A vontade de fazer exercício ainda assombrava, e a powerball não era suficiente, principalmente para o Luís, pelo que fui a procura de um treino que tinha visto em tempos, para casos como o nosso, intitulado de "Treino de prisão do Mike":


Após alguns minutos e um treino incompleto, concluímos que precisamos mesmo de fazer isto mais vezes... por isso, esta semana sem falta vamos testar o ginásio lá no trabalho.

E pronto agora segue-se mais um período de descanso como preparação da viagem a Mysore. Amanhã é acordar pelas 5:50 da manhã e chegar a casa pela meia noite... vai ser um dia longo. Mas se os deuses (os da Índia também) estiverem connosco, o autocarro amanha vai ter suspensão. Afinal de contas a viagem é mais longa!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Sic Transit Gloria Mundi (27/Jan/2010)

Num dia que se perspectivava uma normal jornada de trabalho, deparo-me com esta pérola ao pequeno almoço:


Que melhor início de dia podia ter do que um que, apesar da distância a que nos encontramos de Portugal, começasse pela leitura de uma notícia, publicada na imprensa local, com referência ao Glorioso SLB ;-)?

Viagem ao Centro da Terra, parte II (26/Jan/2010)

Neste caso, o termo "terra" designa localidade (na circunstância, Bengaluru) e não o planeta...
Mas aposto que o Júlio Verne não desdenharia escrever semelhante aventura, pois as peripécias são, no mínimo, comparáveis à de uma "Viagem ao Centro da Terra" (planeta...) ou de uma viagem "Da Terra à Lua"...
Chegados ao centro, lá fizemos as nossa compras, em que o Tiago e o Luís demonstraram toda a sua mestria no arte do regateio (tendo-me como espectador atento e interessado...), não sendo, porem, de ignorar a estreita amizade que o Luís estabeleceu com o vendedor, não tendo para tal sido necessário mais do que uma visita anterior à loja. Quando, numa outra loja, fui abandonado à minha sorte, apercebi-me que aquela arte não está, de facto, ao alcance de todos...
Pelo meio almoçámos nesse verdadeiro bastião da restauração de Bengaluru, que é o restaurante italiano Fresco's (embora, em matéria de carne, limitado a frango e borrego...) .
De seguida fomos conhecer um pouco da diversidade do património arquitectónico-religioso de Bengaluru (uma mesquita ao lado de um templo hindu, e não muito longe, uma basílica católica).
Para terminar o passeio, resolvemos ir ao palácio de Bengaluru, de que um dos motoristas de riquexó (o meio de transporte por excelência no centro de Bengaluru) nos havia falado.

Chegados ao palácio, tirámos umas fotografias à distância, mas assim que nos aproximámos, fomos intimados a parar de tirar fotos... se quiséssemos tirar mais fotos, teríamos de adquirir bilhete para visitar o palácio (Rs 200 cada) e , adicionalmente, pagar Rs 500 para podermos tirar fotos no interior...
A visita era guiada, e de acordo com o guia, o palácio era, no exterior, inspirado no castelo de Windsor (não surpreendente, pois o palácio foi construído no sec. XIX, durante a ocupação britânica...), como dependência (utilizada no verão) do palácio de Mysore. O guia também nos falou do actual herdeiro da dinastia de Wodeyar como se tratando do actual rei (ou marajá, para ser mais exacto...) de Mysore, o que na minha cabeça não fazia muito sentido, logo no dia em que a Índia festejava o 60º aniversário da implantação da República... De facto, o referido herdeiro perdeu o direito a tal título precisamente com a independência da Índia, 1947 (nem foi preciso esperar pela instituição da República, em 1950).
No final da visita, o guia, sem quaisquer pruridos, vira-se para nós e "tips? tips?" (o que não foi surpresa para o Tiago P. e para o Luís). E não se contentou por um de nós ter dado por todos: já se preparava para pedir individualmente a cada um, mas entretanto já estávamos em marcha para fora do palácio, para respirar os ares da sexagenária república.
E depois de um passeio pelos jardins do palácio, e quando já nos dirigíamos para o transporte que nos levaria de volta ao hotel, tivemos de aguardar pela passagem de Sua Majestade o Marajá de Mysore, que naquele momento estava a sair do palácio, provavelmente com pressa para ir assistir aos festejos do aniversário da república...

Fotos do dia? Aqui e aqui!

Mediation SDK Workshop (25/Jan/2010)

Após dormir umas míseras 3 horas (que ainda queria preparar algumas coisas para a Workshop - afinal de contas, o motivo da minha estadia aqui...), chegadas as 7h30 dei um toque para o quarto 402 (podia ter sido o 401...), e atende-me o Luís. Objectivo: encontrarmo-nos para o pequeno almoço para depois seguirmos juntos para a NSN.
Depois de feitos os devidos cumprimentos e de constatar que, comida à parte, até se estão a dar bem com os ares da Índia, eis que manifesto a minha primeira preocupação: qual teria sido o resultado do Benfica na véspera, no jogo para a Taça da Liga contra o Rio Ave e disputado em Vila do Conde.
1º momento de alegria: o Benfica ganhou por 2-1, assegurando assim a passagem às meias-finais da competição!
Outra boa notícia, segundo o meu homónimo: no dia seguinte seria feriado nacional na Índia (implantação da República). Mas a informação que eu tinha à data é a Workshop também decorria nesse dia, pois havia que aproveitar ao máximo a semana.
De resto, durante o dia tive oportunidade de tomar contacto com duas das realidades mais duras aqui na Índia (pelo menos para nós, portugueses): o trânsito e a comida. E acerca disso, o Luís e o Tiago já disseram tudo o que havia a dizer...
Durante a Workshop fiquei a saber que afinal não haveria sessão no dia seguinte, pois devido ao feriado, não era mesmo possível estar nas instalações da NSN. Por isso, aí estava a oportunidade para passear em Bengaluru, que julgava que não teria!
Chegados ao hotel, decidimos o que fazer no dia seguinte: tour ou passeio pelo centro? Tendo em perspectiva a aquisição de "recuerdos" (para além de que a tour implicava levantar muito cedo, e eu já vinha de duas noites quase sem dormir), optámos pelo passeio no centro.

Caminho aéreo para Bengaluru via Francoforte (24/Jan/2010)

Serve este post essencialmente para contextualizar a minha (Tiago Moitinho de Almeida) participação neste blog, após muito amável convite dos autores do mesmo; ou lendo nas entrelinhas: preparem-se para a seca que vão ser alguns dos próximos posts...
Basicamente, foi um dia que começou cedo (tinha de estar às 5h00 no aeroporto de Lisboa) e que acabou cedo (quando cheguei ao hotel, em Bengaluru, já eram 3h00 da manhã do dia seguinte, hora local...).
Da viagem, só a assinalar o facto de na vizinhança do avião entre Francoforte (não resisti à tentação de ser, por momento, purista daquele que é o nosso mais importante património cultural, a Língua Portuguesa) e Bengaluru (sim, Bengaluru, que Bangalore é a versão inglesa nome da cidade, mas que entretanto foi reposta pela denominação original indiana, anterior à ocupação britânica), haver um passageiro que ressonava que nem um elefante ...
Na viagem entre o aeroporto e o hotel deu para ficar com uma noção (mesmo que quase sem trânsito) de que algumas regras de trânsito que até os condutores portugueses têm como elementares (e não são muitas...), aqui não passam de letra morta.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Avatar e um passeio pela baixa

IMPORTANTE: antes de ler, pôr a tocar a banda sonora para este post.

Hoje foi dia de experimentar o belo do cinema do oriente. Convite dos colegas de trabalho para ir ao cinema. Fixe... prometeram-me boleia e tudo.. acordar cedo.. descer.. onde está o carro? não há carro.. há uma mota.. não há capacete.. há velocidade.. há 100 à hora.. há muitos carros. há lágrimas.. há medo. Grandes ultrapassagens ... mas estava tudo controlado. Sobrevivi.
Adiante.. filme: Avatar excelente... tão perfeito que até se sentia o clima atmosférico do filme.. isto é; um frio gélido dentro do cinema.. são mesmo realistas estas salas! Bom mas vão ver o filme. Vão mesmo. Em 3D.


Fui almoçar com eles ao tão falado Fresco's.. um italiano.. que bom.. vou manjar comida italiana..
Vou a ver o menu e de italiano só o nome. Comeu-se.
Passear pela bela cidade.. muito comércio nas ruas.. tudo tão limpo e organizado! (cof cof)..
Ida a diversas lojas... um vendedor a tentar vender um pashmina a 1500INR e no fim já só era 400INR. É uma questão de negociação :) Aproveito para colocar umas fotos.. para quem quiser mandar vir alguma coisa da Índia.. tem aqui umas ideias:


Levam-me ao café repleto de doces regionais..... Isto promete.. .. .... ..... ... ... . .... .... .....
Sumário: alguns parecem sopa.. outros larvas.. os mais apetitosos parecem lama em cubos. A recomendação foi uns redondos brancos embebidos em água amarelada.. ok.. vou aceitar a oferenda.. o que era? era exactamente aqueles que o Tiago descreveu de forma tão peculiarmente sucinta e realista no outro dia.

Adiante.
Já são 17h.. o táxi está a chegar.. hora de ir para casa.. hora de se jantar.. já que estamos num país um bocadinho diferente toca a experimentar coisas diferentes.. um peixinho recomendado pelo amigo. Eu podia tentar descrevê-lo, mas penso que as imagens falam por si:

Ah.. e já que estamos numa de comida.. aproveito para vos apresentar o lindo pequeno-almoço que decidimos arriscar no outro dia. Mais um vez, tirem as vossas conclusões:

A última foto faz-me lembrar algo. Mas assim de repente não estou a ver o que é. Ficámo-nos pelos deliciosos-de-fazer-água-na-boca-corn-flakes-com-leite.

Aproveito também para mostrar como nos deixam a mesa da sala todos os dias:

Tudo sempre alinhadinho.. agora é só aplicarem o mesmo conceito à escala da metrópole. Vá... mas vamos com calma...

Fora de apartes e para acabar o dia, jogar um joguito visto que hoje está fraco para ir para a night. o clássico do Sonic... quando já estamos num nível mega-avançado que nos custou 2 diopetrias a cada um.. falta de repente a luz.... ouviram-se então lirismos tais como: $#%($&/ $#"%& "#" ou até $/$8@§£€{€§"#%v23544.
Era meter o gerente a passar os níveis todos sozinho. Whatever.

       Pessoal porreiro do trabalho

Bom, mais um dia se passou = sobreviveu..
Curioso: dei comigo a ver este vídeo no fim do post...

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

12º Dia - Tudo na mesma

Bem, nestes últimos dois dias não aconteceu nada de especial. Vendo bem as coisas nem deveria estar para aqui a divagar sobre os acontecimentos que tomaram lugar... ok, até é provável que tenha algumas coisas insignificantes para contar...

Talvez só tenha sido pensado, sonhado, ou talvez tenha sido dito implicitamente, mas aqui fica de um modo claro: tenho saudades da comida portuguesa!
Nestes dias temos tentado variar um bocado mais no que comemos. No outro dia foi massa com galinha e molho carbonara, comida chinesa e até frango com arroz. Claro que bem no fundo, continua a estar la um sabor característico da comida de cá...
Ontem ao jantar decidimos variar ainda mais, uma sopa para cada um! Veio uma sopa de legumes, que não era nada má e uma de galinha, que estava bem longe de uma bela canja, até porque tinha um elevado teor... picante.
Mas por falar em picante, ontem o nosso apartamento foi invadido por duas vespas, que entraram pela porta da rua enquanto o homem nos servia o jantar. Isto porque estava uma concentração delas a marrar contra o candeeiro no hall de entrada... E assim se passaram uns momentos à caça das invasoras. Esses momentos alias serviram de aquecimento para o Luís, que anda altamente viciado nuns jogos da Wii, nomeadamente no Wii Sports Resort. Posso inclusivamente afirmar que o rapaz já joga mais tempo (e provavelmente melhor) que eu!

É verdade, já me ia esquecendo de referir um evento muito importante! Não, ninguém arranjou uma indiana, nem vai ser obrigado a casar. O evento da semana, e para alguns (Luís) o do ano, foi que o barulho infernal deixou de existir! A felicidade foi tanta, que diz que acordou a meio da noite, provavelmente a sentir falta de qualquer coisa. Suspeito também que, inevitavelmente, acabou por soltar um grito a festejar... Eu por outro lado, tirando aquela noite que referi no outro post, já nem dava conta do barulho!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Excursão por Bangalore e o factor C

O nosso belo dia de exploração das Índias começou cedo.. 5h30m hora local.. Apanhar um táxi até ao ponto de encontro (Badami house).. e esperar pelo arranque do autocarro topo de gama, cujos amortecedores eram tão bons que nem se sentiam. De certa forma, ficámos a conhecer muito bem a Índia, pois sentiam-se todos os buracos e lombas das várias estradas. Ainda assim o Tiago conseguiu dormir.
Começámos por visitar o templo hindu de ISKCON, do qual do interior não há registo fotográfico, pois tivemos de deixar as coisas todas (incluindo câmara e calçado) à entrada (medo).. Após subir descalços todas essas escadas e pavimentos.. Entrámos.. Estava a decorrer uma missa na qual as pessoas dançavam e cantavam alegremente. Demos uma volta e à saída a praxe consistia em beber uma substância espessa clara que a mulher queria colocar-nos nas mãos, servida a partir de uma taça grande... É nestas alturas que se olha um para o outro e se pensam mil formas de escapar. A mulher com a colher na mão à espera e a dizer provavelmente: "aceitem a oferta".. nós a olhar e a pensar como saímos desta.. então aparece o segurança a apoiá-la.. Provavelmente dizia: "aceitem, é da praxe"... Oh não.. Aquele impasse no ar... segundos que pareciam minutos.......... ......... ......... Dado que estávamos em solo sagrado a solução divina apareceu.. alguém distraiu a mulher e rapidamente sumimos apenas com as palavras saída/exit em mente.. Ainda passámos por outra mulher com mais uma substância para oferecer.. desta vez era transparente.. tão amáveis não são? aceitámos o líquido nas mãos, mas fugimos....... Um labirinto até à saída com diversos obstáculos, tivemos ainda que ultrapassar...
OK, salvos cá fora!... Conversa circunstancial com o guia turístico: -"Templo interessante aquele.." -"Sim.. então e de onde são?" -"Portugal.." -"Ah.. Vasco da Gama!.., Colombo?" --"Yes!... Vasco da Gama, Colombo maybe yes maybe no"... Todo o resto da viagem tratou-nos como privilegiados. Não gosto de recorrer a cunhas.. mas possa deu trabalho cá chegar há meio século sem GPS nem nada.. Pois é... o factor C também funca cá.
Próxima paragem ... outro templo hindu... Entrámos no recinto.. tirámos umas fotos.. mas nem entrámos no templo.. não querer andar sem calçado de novo foi decisivo. OK.. alguns templos mais tarde......... fomos ao safari ver tigres e leões...gazelas e ursos.. Aqui foi quando a cunha nos deu jeito.. pois o guia da excursão encaminhou-nos para os melhores lugares do autocarro de safari.. lugares royale diria. mais tarde o guia do safari até ofereceu o seu lugar ao Tiago.... tirou fotos especiais por nós.. muito prestável realmente. "tips? money?", (BIS), foi a forma como este amável guia se despediu...
Um saltinho ao Zoo, onde vimos muitas outras espécies...
Almoço.. Ao que se seguiu a visita a uma loja (talvez a mais cara de Bangalore.. não sei se da Índia), onde se vendiam tecidos, saris, bijuteria, tapetes etc. Neste local tenta-se vender usando a técnica "exaustão". Next stop.. Museu da ciência para crianças.. ao lado o Planetário... Estava escuro.. Estrelas no céu... uma voz-off falava lá ao fundo.. os assentos eram confortáveis/reguláveis.. Acordou-se cedo.. os astros alinharam-se e deu-se o expectável.. um sono merecido..........z..z..z.......................... Hora de acordar! Galeria de arte; tema da exposição: "Presidente e Primeiro-ministro da Índia".. centenas de caricaturas dos mesmos.....
Saída e ida até ao Espectáculo da Fonte musical: até foi giro na primeira música.. som.. luzes... repuxos de água.. e voilá: sincronismo.. À segunda música ainda era giro... passou por tremendos êxitos tais como "Barbie Girl" dos "Aqua" e tudo.. mas aos 15 minutos e alguns hits indianos depois, já se tinha percebido a ideia.. já sabíamos de cor os repuxos que não funcionavam bem e as luzes fundidas.. só queríamos saber quando era o fim de tal show.
OK.. back to the hotel. Dia cansativo mas porreiro. Muitas fotos tiradas.. Visita guiada? OK só se for pelo autocarro.. porque do guia não se percebia muito o que dizia.. Resumo da excursão:
  • 07.15 Partida de Badami House, Bangalore
  • 07.45 - 09.00 Templo ISKCON
  • 09.15 - 09.45 Templo Anjaneya
  • 10.15 - 10.45 Templo Rajarajeshwari
  • 11.45 - 01.15 Safari Bannerghatta
  • 02.00 - 02.30 Almoço
  • 03.15 - 03.45 Museu HAL
  • 04.30 - 05.30 Planetário Jawaharlal Nehru
  • 05.45 - 06.30 Galeria de arte Chitrakala Parishad
  • 06.45 - 07.45 Fonte musical
  • 08.15 Chegada à Badami House